Governo cria grupo para Reaquecer área naval

JORNAL A TARDE – ECONOMIA – 11/09/2018 – PÁGINA 4
MARJORIE MOURA

O governo do estado criou uma força-tarefa, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), para retomar as operações do estaleiro Enseada, em Maragojipe, no Recôncavo baiano. Único de 5ª geração no Brasil, com tecnologia de ponta e qualidade na produtividade, a empresa chegou a empregar 7,4 mil pessoas, a maioria moradores da região circunvizinha.

Alguns sinais de recuperação já estão ocorrendo. O estaleiro conquistou um contrato de manutenção da sonda de perfuração Norbe VI e aguarda o resultado de licitação para a construção de quatro navios de guerra da Marinha Brasileira.

O maior estaleiro do País, com área de 1,6 milhão de metros quadrados, tem capacidade de processar 36 mil toneladas de aço por turno/ano e possui potencial de gerar quatro mil empregos. No auge de sua operação, iniciada em 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) de Maragojipe aumentou em três anos de R$ 194 milhões para R$ 753 milhões (272%), e no período cerca de sete mil empresas foram abertas na região.

A época, o consórcio que criou o empreendimento investiu R$ 3,2 bilhões.

Atualmente, os 35 funcionários lotados no estaleiro cuidam da manutenção dos equipamentos na planta industrial, situada nas margens do rio Paraguaçu.

“Nosso primeiro passo, enquanto governo, é a construção deste fórum de debate, para reestruturação deste setor da nossa economia. A tecnologia e o potencial produtivo do estaleiro são fatos concretos”, disse Luiza Maia, titular da SDE.

Visita

Na visita da comitiva da SDE às instalações do estaleiro, foi firmado compromisso com o presidente e CEO do empreendimento, Maurício de Almeida. Este destacou que o estaleiro foi preparado para construir navios de grande porte e atuou ainda qualificando a mão de obra local.

“Durante quatro meses, 100 integrantes do estaleiro e residentes naquela localidade foram enviados ao Japão para ser capacitados e tornaram-se especialistas em construção naval. A maioria trabalhava com pesca artesanal, e hoje muitos trabalham em estaleiros do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, ou seja, exportamos parte da mão de obra qualificada”, afirmou o CEO. Almeida defende ainda a política de conteúdo local e a mudança de postura comercial por parte do governo brasileiro, na esfera nacional.

Paulo Guimarães, superintendente de atração e desenvolvimento de negócios da SDE, destacou que “mais do que um estaleiro, a Enseada tornou-se um complexo industrial de grande porte e representa para a Bahia a oportunidade de investimentos, sejam eles terminais logísticos ou unidades fabris com vantagens competitivas, alta tecnologia e automação industrial. Tudo isto em face da sobrecarga da estrutura portuária na Baía de Todos-os-Santos, por ter como diferencial sua localização estratégica e privilegiada, em águas abrigadas, viabilizando o escoamento de cargas pelos modais marítimo e rodoviário”, explicou.

Fotografia: Matheus Aquino / Ascom-SDE
By |2018-09-20T16:09:24-03:00setembro 11th, 2018|Notícias|0 Comentários